Terapia com Canto
"A voz em si é uma manifestação do nosso eu interior"
Gary Snyder
Tudo o que existe é som, energia. Tudo Vibra. Ainda que não possamos ouvir, por não termos capacidade de captar determinadas frequências, tudo está em uma constante sinfonia. Cada objeto, cada átomo cada elemento presente de forma física é som em uma tal frequência que podemos palpar materialmente. Cada célula tem o seu tom, e o conjunto de tons de todas as células de nosso corpo formam uma sinfonia e produzem uma nota síntese.
Uma taça de cristal contém uma nota síntese, e aquela cantora de ópera conseguiu alcançar a mesma nota que a taça de cristal, e a taça de cristal se desfez. E certa vez o vento vibrou na mesma nota síntese de uma ponte, e essa ponte se desfez. O Som cria e destroi.
Podemos criar para as pessoas a nossa volta, ambientes desagradáveis com palavras de ira, de incompreensão, de atrito. Mas também podemos criar palavras de amor, compaixão, compreensão e cura quando encontramos o tom da nossa alma.
Ao cantar, podemos escolher músicas confusas e pesadas, com uma mensagem de pouca esperança, tristezas, revoltas etc. Mas porque não escolher cantar a vida, as cores, os aromas, as águas, a natureza e toda a sua beleza, o amor, a confiança, a coragem... Escolher cantar o canto da alma!
Nestas práticas de canto, trago essas reflexões às pessoas, para que compreendam a profundidade e a realidade do que traz o canto aos ouvidos e à vida daqueles que escutam. Desta forma o desenvolver desta arte se torna mais verdadeiro, pois saimos da esfera das limitações como inseguranças, timidez, nervosismo, e conectamos com o propósito do cantar, aquele de levar uma mensagem, tocar os corações e curar.
Paralelamente a isso desenvolvo trabalhos corporais que ajudam a liberar travas, e aplico as técnicas do desenvolver harmônico do canto, como repiração, apoio, postura, ritmo, tempo, afinação etc.

"Então, subitamente,
por sobre nós, no arbusto em flor,
rejubila-se um minúsculo cantor!
Da encantadora calma
fomos tão subitamente arrebatados
que nosso coração já palpitou.
Como sinos matinais, vôos da alma,
oferenda em gratidão,
soou plena a garganta pequenina."
- Trecho do poema "Do esquecido sentido da escuta" encontrado no livro A Escola do Desvendar da Voz, de Vaborg Werbeck.
